Acaba de ser divulgada uma atualização da Sociedade Brasileira de Pediatria do Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital. O material é considerado um “Manual de Orientação” e tem o seguinte título: #Menos Telas #Mais Saúde. Portanto, bem apropriado para uma discussão aqui na nossa newsletter #MAISLIVROSMENOSTELAS. Não é palpite, nem opinião. É evidência científica. Estudos, levantamentos, pesquisas e conclusões que devem ser observadas. Não podemos ignorar. Existe como o documento alerta uma “Intoxicação digital”.
O cenário que temos provavelmente já está bem claro para todos, crianças e adolescentes cada vez mais viciados em telas, adultos preocupados, mas sem ter como retirar por completo ou diminuir drasticamente o uso de celulares, computadores, etc. Então, por isso, o alerta de que “tanto pais como educadores nas escolas precisam aprender como exercer esta mediação”. Não existe outra possibilidade que não seja a de uma intervenção de adultos nesse processo. Arrisco mesmo a dizer que se o adulto não interromper esse ciclo de vício está corroborando para práticas cada vez mais nocivas no uso das telas.
Bom, vamos primeiro entender qual é o universo de crianças e adolescentes que utiliza telas no Brasil.
* 95% dos brasileiros entre 9 e 17 anos estão conectados
* O que corresponde a 25,5 milhões de usuários da Internet
* 97% do uso ocorre pelo telefone celular
O que fizeram na Internet (mais de uma opção era aceita):
* 88% para ouvir música
* 82% para assistir vídeos
* 82% pesquisas para trabalho escolar
* 66% curiosidade ou vontade própria
* 59% para jogos online
* 21% houve compras em jogos online
Outro dado que deve ser observado em destaque é a posse de perfil em redes sociais: 88%. Por fim, o dado mais alarmante: 24% relatam o primeiro acesso à Internet até os 6 anos e 63% até os 10 anos de idade, demonstrando uso precoce segundo a pesquisa. Os dados são da TIC KIDS ONLINE - Brasil (2023), pesquisa realizada pelo Cetic.br - NIC.br
Vale destacar que a Organização Mundial de Saúde já tem como Classificação Internacional de Doenças (CID) o “gaming disorder” e o “hazardous gaming”. Ou seja, são transtornos que precisam de tratamento.
“Criança fique quietinha”
Essa frase está no documento como a principal justificativa para oferecer tela. Em restaurantes, no carro, ônibus ou em momentos de espera o objetivo dos adultos é sempre este: manter crianças quietas. De acordo com a publicação, é a “distração passiva”, o que é diferente do “brincar ativamente”, direito universal de todas as crianças. Além de todos os problemas da tela já conhecidos como a agressividade, questões de saúde (auditiva, visual e postural), o déficit no desenvolvimento cognitivo, a exposição a conteúdos inadequados, existe também um problema de transmissão de valores incorretos. Por isso, as telas se relacionam com tantas questões que muitas vezes simplesmente interromper o uso pode ser benéfico para as crianças e o bom funcionamento das relações familiares. As consequências ficam claras com os termos citados pelo grupo da Sociedade Brasileira de Pediatria:
#menos telas #mais saúde
#menos telas #mais cuidados
#menos telas #mais afetos
#menos telas #mais respeito aos Direitos
Fiz uma seleção com duas das recomendações presentes no documento:
*Não permitir que crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com televisão, computador com webcam, tablet, celular; ESTIMULAR O USO NOS LOCAIS COMUNS DA CASA. (o grifo é meu)
*Criar regras saudáveis e éticas para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de privacidade e segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar.
Vou deixar aqui o link para o material completo! Obrigada pela leitura e até a próxima. Se quiser deixe algum comentário aqui embaixo! MenostelasMaissaude
se os adultos se viciam, imagine as crianças…